e todo caminho deu no mar

e todo caminho deu no mar
"lâmpada para os meus pés é a tua palavra"

sábado, 31 de outubro de 2009

Sincronia Estelar












Minha querida amiga Adi envia o seguinte convite de niver repleto de sincronia. Coisa de quem sabe haver "uma lei invisível no ar". Gesto de quem ratifica roteiros de olho na seguinte lição Jungiana: o futuro se prepara bem antes no inconsciente. Por isso alguns videntes podem ler a matemática divina do tempo. A sintaxe de projetos e afetos por vir. O convite:
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Amigos,
Próximo dia 2 de novembro é o dia dos mortos, mas eu vou comemorar um ano mais que me acrescenta. Chego à minha primeira revolução solar pois são 33 os anos do ciclo do sol. E, pesquisando, soube que o número não desmerece atenção porque
33 são os cantos de Dante,
33 os deuses atmosféricos do livro do Zen,
33 os graus da maçonaria,
33 as divindades invocadas nos cantos do Rig-Veda,
33 os Arhats da hierarquia budista
33 anos governou Davi e por
33 anos esteve de pé o templo do Salomão. Por fim,
33 eram os anos que Jesus e Krishna tinham quando morreram e, o mais importante,
33 foram os filmes onde Elvis Presley apareceu (não sei se atuou).

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Lendo no metrô I




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A leitura nietzcheana de Flavio Boaventura sobre a poesia de Waly Salomão abre com o seguinte poema:

Amante da Algazarra

Não sou eu quem dá coices ferradurados no ar.
É esta estranha criatura que fez de mim seu encosto.
É ela !!!
Todo mundo sabe, sou uma lisa flor de pessoa,
Sem espinho de roseira nem áspera lixa de folha de figueira.

Esta amante da balbúrdia cavalga encostada ao meu sóbrio ombro
Vixe!!!
Enquanto caminho a pé, pedestre - peregrino atônito até a morte.
Sem motivo nenhum de pranto ou angústia rouca ou desalento:
Não sou eu quem dá coices ferradurados no ar.
É esta estranha criatura que fez de mim seu encosto
E se apossou do estojo de minha figura e dela expeliu o estofo.

Quem corre desabrida
Sem ceder a concha do ouvido
A ninguém que dela discorde
É esta
Selvagem sombra acavalada que faz versos como quem morde.


Waly Salomão, Tarifa de Embarque

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Lendo no metrô II



















"Na marcha-rancho de Sérgio Sampaio, por outro lado, não há redenção: tanto a melodia principal quanto a do estribilho são em modo menor; e se as estrofes falam em derrota, o estribilho limita-se a afirmar que o desejo do eu lírico é no sentido de romper com a derrota, não que o rompimento seja possível."
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Paulo Henriques Brito. Eu quero é botar meu bloco na rua, de Sérgio Sampaio. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2009. (Col. Língua Cantada).

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Lendo no metrô III











Hoje, se me pergunto por que amo a literatura, a resposta que me vem espontaneamente à cabeça é: porque ela me ajuda a viver. Não é mais o caso de pedir a ela, como ocorria na adolescência, que me preservasse das feridas que eu poderia sofrer nos encontros com pessoas reais; em lugar de excluir as experiências vividas, ela me faz descobrir mundos que se colocam em continuidade com essas experiências e me permite melhor compreendê-las...
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Tzvetan Todorov. A Literatura em Perigo. Rio de Janeiro: Difel, 2009.

domingo, 18 de outubro de 2009

Lendo no metrô IV












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"... o único grande caso de amor que Caio teve foi com a escrita: seu êxtase era entrar em sintonia com sua voz interna e, através dela, com a alma humana."
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Paula Dip, Para Sempre Teu, Caio F. Rio de Janeiro: Record, 2009

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Lendo no metrô V


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Kafka: "A partir de certo ponto, não há volta. Esse é o ponto que se deve atingir".
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Susan Sontag, Diários. São Paulo: Cia. das Letras, 2009.

domingo, 11 de outubro de 2009

Maldição move, bênção relaxa?

Um dos temas principais do filme é fazer com que os organismos percebam que devem viver juntos para o benefício mútuo. Não apenas os humanos... tudo na galáxia é parte de algo muito maior. É uma questão de aquietar a mente para ouvir a si mesmo.
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Os mitos o ajudam a ter a sua própria saga de herói, a encontrar a sua individualidade e o seu lugar no mundo.
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Você não precisa entrar numa luta de sabres de luz ou viajar em espaçonaves para se tornar um herói. São pequenas coisas que acontecem todos os dias na sua vida... ... você pode ajudar alguém, ter compaixão, tratar as pessoas com dignidade...
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(George Lucas fala p/ Bill Moyers sobre Guerra nas Estrelas in O Poder do Mito)

sábado, 10 de outubro de 2009

Sabre da Paz


1 - Filho de economista com antropóloga, ele estudou Direito e Ciências Sociais em Harvard e Columbia. Trabalhou como professor.

2 - Viveu na Indonésia e no Havaí. Viu, pegou e tirou ondas. Ouvido treinado por Males Davis e U2, assume que tragou.

3 - Tem sorriso firme e humor suficiente para comparar-se ao vira latas que, no ano passado, procurava para a filha.

4 - Em português, o seu nome - AMA - conjuga o verbo amar no presente do indicativo e no imperativo.

5 - Aos 48 anos, é o primeiro presidente americano em exercício a ganhar um Nobel da Paz. Promete.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Nobel de Literatura 2009


Torci pelo escritor israelita Amóz Oz. Mas a Academia Sueca, em Estocolmo, decidiu doar o prêmio de US$ 1,4 milhão para a escritora romena Herta Müller, que nunca li. Radicada na Alemanha, ela é autora de "O compromisso" (Ed. Globo, 2004). Segundo a justificativa da Academia, "a concentração de sua poesia e a franqueza de sua prosa, retrata a paisagem dos despossuídos". Pergunta da minha tia de Caicó: a franqueza, na literatura, passa a ser critério de valor?

terça-feira, 6 de outubro de 2009

As Cidades Visíveis I

A cidade de Veneza representa o mito do espaço que inspira a criação. Desperta os afetos. Cidade que intensifica desejos e paixões. Produz sonhos. A partir de Veneza, o escritor Italo Calvino erigiu 52 cidades em seu livro As Cidades Invisíveis. Todas essa cidades possuem nomes femininos: Armila, Isaura, Olinda, Tamara...

Nesse livro, o viajante veneziano Marco Pólo descreve - para o rei Kublai Khan - essas cidades. As cidades do seu império. Elas são projetadas primeiro no plano onírico. São espaços sonhados. Khan sonha as cidades e manda Marco Polo conferir. Elas são agrupadas por temas como: memória, desejo, símbolos, trocas, nomes, mortos, céu...
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A leitura dessas cidades deixa várias lições. Sugere questões como estas: o que é que uma cidade faz com os sonhos e desejos de quem a atravessa? Quais tipos de memórias a cidade propõe para os seus habitantes? Quais formas e gestos a cidade nos leva a fabricar (no corpo e na mente)?
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Ferreira Gullar diz ser a cidade São Luiz, onde nasceu, a sua doença. Para Clarice Lispector, a primeira verdade está na terra e no corpo de cada um. A cidade número 1 é, portanto, a verdade e a doença de cada um. Cada um tem a verdade e a doença de onde nasceu. Seja Caraúbas ou Natal, Juiz de Fora ou São Paulo (que aparecem no vídeo), Atlântida ou Pasárgada...

sábado, 3 de outubro de 2009

As Cidades Visíveis II

Vídeo do cineasta Fernando Meireles ("Cidade de Deus" e "Ensaio sobre a Cegueira")

Aqui/ amanhece como em qualquer parte do mundo/ mas vibra o sentimento/ de que as coisas se amaram durante a noite. (Drummond, "Retrato de uma cidade")

"Eu acho que falta nestes país mais dirigentes que chorem"

(Lula, sobre o seu choro após o anúncio do Rio 2016)